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Ministra só foi informada do segundo fogo de Pedrógão três meses após tragédia

Acabaram por ser investigadores da Universidade de Coimbra a informar a polícia e até a Ministra e o Secretário de Estado de que o grande incêndio de Pedrógão teve, afinal, duas origens distintas.



Para lá da acusação à EDP e das críticas a inúmeras entidades, é um dos factos mais surpreendentes do relatório da Universidade de Coimbra pedido pelo Ministério da Administração Interna: além do fogo que nasceu em Escalos Fundeiros, há um segundo fogo que também esteve na origem do incêndio que, a 17 de junho, matou dezenas de pessoas em Pedrógão Grande.
Na introdução, o documento explica que "o incêndio de Regadas foi menosprezado, tendo até à junção com o incêndio de Escalos Fundeiros apenas um meio pesado de combate terrestre dedicado. Não há registo oficial deste incêndio, que foi de grande relevância e várias entidades desconheciam até a sua existência."
Em resumo, sem ter sido autonomizado, este fogo que nasceu em Regadas nunca foi combatido como devia. Contudo, além do combate, há um outro problema relacionado com a investigação à origem do incêndio que durante meses foi muito discutida mas que se centrava, apenas, no que se passou em Escalos Fundeiros.
Agora, com este segundo foco em Regadas, devia abrir-se uma nova frente de investigação que não avançou pelo menos até à intervenção dos autores deste relatório.
Nem PJ, nem GNR, nem governo...
Mais à frente no relatório de quase 250 páginas, os autores vão mais longe e identificam as entidades que desconheciam a existência desta segunda fonte de ignição.
"Por exemplo", sublinha o documento, "numa reunião que tivemos com a PJ, a 17 de julho, verificámos que esta entidade desconhecia este incêndio como tendo sido uma ocorrência com origem independente".
Outra entidade com competência para investigar as causas de incêndios florestais que desconhecia o fogo de Regadas era o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR. "Tinham investigado o de Escalos Fundeiros, mas desconheciam o de Regadas".
Finalmente, a 21 de setembro, numa reunião em Lisboa, os autores do estudo explicam que perceberam que até "a senhora Ministra da Administração Interna e o Secretário de Estado da Administração Interna" desconheciam a existência deste fogo de Regadas.
Os especialistas da Universidade de Coimbra não têm dúvida em dizer, pelas imagens e testemunhos recolhidos, que este fogo de Regadas é completamente independente do que nasceu em Escalos Fundeiros.
No entanto, tal como em Escalos Fundeiros, a origem mais provável deste fogo em Regadas, a 4 quilómetros de distância, é uma linha da EDP, com o documento a sublinhar que "exatamente por cima do local de ignição passa uma linha elétrica que numa situação de vento poderá tocar nos ramos das árvores existente naquele local". 

Fonte : TSF
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